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  • Foto do escritorObES - UNIFESP

Isolamento Social e Saúde Mental

Quando o vilão está em casa

Por: Thiago Araújo¹

 

Se você pudesse apostar, lá em meados de novembro/dezembro de 2019, que logo no início de 2020 enfrentaríamos a tensão de uma possível terceira guerra mundial, seguida pela Amazônia em chamas, e logo depois que uma pandemia tomaria conta do mundo, com toda certeza pensaria melhor sobre utilizar o sal grosso para limpar as energias para o Ano Novo.


A pandemia que enfrentamos hoje é resultado da proliferação de um vírus que provoca a COVID-19, sigla para “COrona VIrus Disease” (Doença do Coronavírus), e “19” é referente ao ano de 2019, quando os primeiros casos foram divulgados. O vírus foi apelidado de Coronavírus em decorrência de seu perfil na microscopia, que lembra uma coroa. Embora sua origem seja incerta, evidências apontam possivelmente para o pangolim (veja mais), os animais estudados estavam infectados com vírus geneticamente muito semelhante ao SARS-CoV-2, sigla para “Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2” (Síndrome Respiratória Aguda Grave do Coronavírus 2).


No Brasil, o primeiro caso foi registrado em fevereiro, até o presente momento temos 20 mil casos confirmados. A contaminação ocorre por meio da exposição ao vírus, um simples aperto de mão com alguém infectado, seguido pelo contato com alguma parte interna do corpo, como olhos, nariz ou boca, já é suficiente para ser infectado, por isso a quarentena, o tal isolamento social, se demonstra tão efetivo, pois impede o contato com quem pode estar contaminado, essa é a primeira e mais eficaz medida para impedir a proliferação do vírus.


Quando a casa é seu lar, não uma prisão

A quarentena teve início em março e se estende até hoje, com previsão para término no fim de abril, mas com grandes possibilidades de se estender durante maio. Contudo, muitos profissionais, como os de serviços essenciais e profissionais da saúde, não possuem esse privilégio, pois são necessários na linha de frente de combate ao vírus. Logo, se você tem condições de ficar em casa, fique! Sabemos que estar isolado do convívio social pode trazer consequências negativas ao corpo e mente, mas neste momento é a principal medida que podemos adotar.


Vale ressaltar, que a mudança abrupta da rotina, dificuldades de adaptação e ansiedade são fatores estressantes que podem ter consequências diretas à saúde. Por isso, é necessário se manter ativo, encontrar novas formas de lazer e manter uma rotina equilibrada. Buscar ações que tornem os dias mais leves. O isolamento pode trazer prejuízos tanto à saúde emocional, quanto a saúde física, e por isso é importante manter ambos ativos e saudáveis. Quando a mente se encontra em equilíbrio com o corpo, esta se torna uma das principais barreiras do isolamento.

“mens sana in corpore sano”

Em nosso corpo, a serotonina (o hormônio da felicidade) é liberada quando realizamos atividades que nos dão prazer, como passear ao ar livre, sair com amigos pra jogar conversa fora e ver o rosto de quem gostamos. O contato com outras pessoas é positivo para o cérebro, ao nos privarmos disso, diminuímos a quantidade de serotonina no corpo. Ficar em casa pode ser ainda mais estressante, home office, mais cobranças, preocupação com o futuro e a saúde das pessoas do seu convívio, isto aumenta o nível de cortisol no corpo (o hormônio do estresse) que está ligado à supressão do sistema imune, ou seja, ficar estressado te favorece a ficar doente. Pensando em todas essas questões, a pergunta que fica é “como se adaptar a essa nova realidade e as consequências que ela traz?”.


Como os Tentilhões de Darwin, tudo tem a ver com adaptação

Conforme a cartilha da OMS (veja aqui) uma das formas de enfrentar o isolamento é manter contato virtual com entes queridos, evitar o uso de cigarros, manter uma dieta saudável, e se possível, praticar exercícios. Arriscar novas formas de reduzir o estresse, tentativa e erro, afinal não estamos numa corrida, esta é uma maratona. É importante buscar fontes confiáveis, como o site da OMS, para evitar as fake news, como o uso indiscriminado de cloroquina. É vital não se bombardear com excesso de informações, evitando a ansiedade e estresse. O estabelecimento de uma rotina é saudável para o cérebro, ele é acostumado a padrões e busca esse entendimento. Você com certeza já notou que quando tem uma rotina, a prática do dia se torna mais fácil. E é por essa lógica que o cérebro trabalha, se no seu dia a dia, em casa, houver uma rotina os dias se tornarão mais leves.


A boa alimentação, além de benéfica para o corpo, também interfere no estado de humor e no sistema imune. Frutas cítricas, como a laranja, possuem Vitamina C que diminui o nível de cortisol, logo, contribui na diminuição do estresse. A gema do ovo, por exemplo, contém colina, uma das vitaminas do complexo B – que está relacionada à consolidação da memória. Estar isolado em casa, não deve ser sinônimo de distanciamento afetivo, ainda mais nesse momento em que a conversa se torna mais necessária, (aposto que você tem aquele áudio pendente do seu amigo pra ouvir). Desenvolva um hobby, arrisque uma leitura nova, de “Crepúsculo” a “Guerra e Paz”, de “Loucademia de Polícia” a “O Sétimo Selo”. Mas, principalmente, descanse.


É importante ter em mente que o isolamento vai acabar, esse período é exatamente isso, um período.


¹ Discente de Ciências Biológicas – UNIFESP. Bolsista de apoio a pesquisa e desenvolvimento do Observatório de Educação e Sustentabilidade da UNIFESP. Participa como tutor no Programa de Extensão Universitária "Escolas Sustentáveis". E-mail: thiago.henrique18@unifesp.br


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